sábado, 9 de novembro de 2013

TARSILA DO AMARAL - OPERÁRIOS

Operários - Tarsila do Amaral – 1933
Operários — 1933
óleo/tela 150 X 205cm,

 A pintora Tarsila do Amaral expressa o mundo do trabalho: um grande número de rostos colocados lado a lado, todos sérios; nenhum sorriso, pois a preocupação não deixa lugar para a alegria. São pessoas que nos olham fixamente como a nos lembrar que é duro o trabalho nas fábricas, presentes na obra sob a forma de um prédio austero e chaminés cinzentas. A obra é um raro exemplo da etnia brasileira. Por isso foi escolhida para representar os museus frente ao diálogo intercultural, do pluralismo de ideias, do desenvolvimento humano e do respeito à diversidade.

 O quadro Operários foi pintado em um momento em que Tarsila esteve ligada politicamente ao comunismo. No início dos anos 30 Tarsila esteve na União Soviética e participou de reuniões do Partido Comunista Brasileiro. Nesta época, a política e a temática do trabalho fizeram-se presentes em duas de suas obras: Operários e Segunda Classe (1933).Ambas as telas ilustram o momento politico e social brasileiro do início dos anos 30: industrialização, migração de trabalhadores, consolidação do capitalismo industrial e de uma classe de trabalhadores marginalizada e explorada.


O quadro de Tarsila do Amaral acima é um retrato do conjunto de operários das fábricas brasileiras. Os rostos sobrepostos remetem à massificação do trabalho e às condições de vidas nas cidades. Estão representadas diversas etnias, fazendo referência à migração de diferentes locais do Brasil e do mundo para as metrópoles. A expressão dos operários representados é de tristeza, indiferença, cansaço. Representam as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos, e a falta de perspectivas que predomina no contexto de opressão da chamada “Era Vargas”. O quadro, juntamente com “Segunda Classe”(acima), é uma expressão do crescimento capitalista no Brasil e do preço pago pelos trabalhadores para que seu êxito fosse garantido.

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